terça-feira, 12 de outubro de 2010

AS VARIAS FACES DO ORNAMENTO NA HISTÓRIA



Desde o seu surgimento, aproximadamente à 2.500 anos,  até os dias atuais o ornamento vem sido desenvolvido, muitas vezes sendo exaltado, outras renegado, mas de alguma forma sempre presente.
 
Na Grécia antiga, especialmente nos templos as construções eram basicamente formadas por  elementos sustentantes (geralmente colunas) e elementos  sustentados (linteis),  também faziam  parte desses os frontões. Uma das características mais marcantes dessa arquitetura era o peristilo, seqüência de colunas que rodeavam toda a construção, principalmente a fachada. As colunas dividiam-se em base, fuste e capitel, o lintel, friso e cornija, e cada uma dessas partes com uma ornamentação especifica. Os gregos definiram três tipos de colunas DORICA, JONICA E CORINTIA. Além dos elementos associados a estrutura na arquitetura grega haviam elementos escultóricos, de caráter descritivo e cultural. O ornamento apresentava um papel importantíssimo na forma final das construções, sendo eles que davam o devido valor e significado a obra.

Os romanos sucessores dos gregos podem ser consideras herdeiros da sua cultura arquitetônica. Foram grandes construtores e por isso ampliaram em quantidade, tamanho e tipologia a arquitetura que vinha sido feita até então. Com o aumento do tamanho das obras, a solução encontrada por eles para vencer grandes vãos foi a utilização do arco e da abóboda, o que de certa forma quebrava o sistema trilitico grego. Porem as colunas ganharam tanta importância que continuavam sendo usadas até mesmo quando não havia nenhuma necessidade  estrutural,  assim os romanos associaram mais duas tipologias as demais já existentes, a TOSCANA, E A COMPÓSITA.  O aumento da escala também gerou na cultura romana, a sobreposição das ordens, um exemplo típico deste é o famoso Pantheon, um espaço circular coberto por uma cúpula tipicamente romana, com a fachada principal reproduzindo um templo grego, com colunas entablamento e frontão. Os edifícios e monumentos romanos também levam ornamentos de caráter descritivo.
                                                                                             Pantheon

Com a  queda do império romano, surgiram inúmeras variações nas construções, o que dificulta o reconhecimento do Românico como estilo arquitetônico. O românico tem sua expressão máxima nas construções religiosas. Sua composição é formada na maioria das vezes por associações de volumes diferenciados tanto na parte formal quanto na altura, suas bases são figuras geométricas como círculos e retângulos. Esta associação de volumes foi tão marcante que nesse período podemos arriscar dizendo que o ornamento ocupou um papel secundário, pois não fazem mais parte da composição formal do edifício. Apesar disso vários elementos que faziam parte do classicismo Greco-romano continuaram a ser utilizados isoladamente como ornamento  em suam maioria no interior, este é o caso das colunas e respectivas bases e capitéis. Neste período encontra-se desde capitel liso, que rejeita a ornamentação ate mesmo os mais decorados em uma mesma  seqüência, o que reflete o valor decorativo que este período dá aos elementos.

O Gótico, traz o ornamento como forma de comunicação, durante este período as construções civis e militares ganham importância, porem os edifícios religiosos ainda tem a maior demanda. A sofisticação do sistema estrutural e a verticalidade predominante são características das construções góticas. O ornamento apresenta papel de destaque como valor estético afim de ser um elemento de comunicação entre o sagrado e o profano. A distribuição dos ornamentos acaba criando uma camada que suaviza o peso das construções. A  nova forma dos arcos, agora ogivais, as abóbodas nervuradas, a rosácea e o vitral, surgem como novas formas de ornamento no gótico.

Após resurge o ornamento como instrumento de proporção, o renascimento é essencialmente racional, e passam ser  a materialização de um ideal da época. Nas fachadas as colunas são pilastras sacadas a poucos centímetros das paredes fazendo com que seu contorno tenha um papel de destaque maior. No renascimento há uma revalorização da volumetria de base geométrica, através da reutilização da linguagem clássica, a geometria não é usada só como forma dos volumes e sim é aplicada como um instrumento para reger a obra. A modulação e  a simetria, refletem o ar antropocentrista que todos por ali respiravam. A linguagem clássica não foi só recuperada nesse período como também foi aprimorada. Os ornamentos desempenharam papel fundamental nesse novo sistema um tanto quanto mais “técnico”. A partir deste período o arquiteto passou a ser valorizado e considerado autor da obra como arte.

O estilo barroco tem como característica forte a grande expressividade no moimento claro escuro, que utilizava tons e sombreamento para dar vida as obras. A utilização da arquitetura ligada a esculturas e pinturas é tão forte que não se pode mais dissociar a ornamentação da estrutura compositiva, o ornamento é peça essencial dessa composição, sem ele este período perderia toda a exuberância.a autonomia dessa época é tão grande que muitas vezes a composição formal independia do arquiteto e projetista e ganhava vida nas mãos dos entalhadores e pintores.
Seu sucessor o rococó apresenta pouca expressividade formal arquitetônica e tem sua explosão nos interiores, ali é usual a substituição de elementos clássicos como colunas e pilastras, por painéis emoldurados com delicados perfis. O ornamento rococó consegue dinamizar o espaço e fazer com que a obra se confunda com a arte.

                                                                                     imagem interior barroco 

Arquitetura néoclassica traz o desejo pelas formas greco-romanas clássicas. as formas deste período são volumetricamente simples, a ornamentação volta a apresentar um caráter de complementação.
Colunas e pilastras, por exemplo, voltam a ser usadas somente quando apresentam como elementos estruturadores, ornamentos que não apresentem como elemento estrutural são utilizadas somente quando seu emprego for utilizado da mesma forma que na composição dos edifícios do passado. O uso do ornamento é submetido a uma rigorosa seleção.

  O pré- modernismo é usado para designar diversas correntes de uma mesma época, porem com curta duração. Na escola de Chicago inaugurou os edifícios em altura, com novas técnicas construtivas e tipologia. A renovada aplicação do ornamento era mais expressiva no pavimento térreo. Nos andares intermediários eles não apareciam e voltavam a ganhar força na torre mais alta.
O art-nouveau foi um estilo essencialmente ornamentalista, como uma modinha passageira mas com forte impacto.as características principais são as adaptações do edifício ao art-nouveau, as linhas sinuosas e a ornamentação orgânica, inspirada nas plantas, ele é uma fantasia e por isso acaba produzindo excessos, não há regras especificas para este período.Nos anos 20 surge o art-deco, que faz referencia à própria época, sendo um ornamento totalmente autônomo das formas do passado. Nesta época surge mais uma vez a necessidade da purificação da forma, o art-deco já incorporava idéias modernistas.
                                                                                         imagem interior art-nouveau




  AUTOR: GABRIELA GEREMIA
Fonte: O ornamento na hítoria da arquitetura no ocidente. Cap II

5 comentários:

  1. ORNAMENTOS GERAM UMA SÉRIE DE DISCUSSÕES, OU VOCÊ GOSTA OU VOCÊ NÃO GOSTA.

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  2. Nossa...o ornamento teve uma grande importancia para historia da arquitetura...mas é um negocio curioso néh... ele sempre esteve em um vai em vem danado...hora muito ormanento, hora pouco, hora muito, hora pouco....

    kassieli martiori

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  3. Pois é colegas, em um movimento gostavam de ornamento, em outro movimento dava continuidade, já outro não podia haver ornamento, e ainda alguns achavam que ornamento era crime...

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  4. Como é interresante atravéz de caracteristicas sobre os ornamentos, Hora utilizados demasiadamente hora despresados, pode-se contar a Historia da Arquitetura.

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  5. Le Coubusier adora, só que não! (:

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